07/01/2015

Maioria dos brasileiros usa crédito para fazer compras imediatas.

A maior parte dos brasileiros usa o crédito para satisfazer desejos imediatos. É o que aponta um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Entre os itens que entram na lista das compras estão sapatos, eletrônicos e eletrodomésticos. Segundo pesquisas feitas pela empresa ao longo de 2014, há uma tendência maior do consumidor em financiar mercadorias supérfluas. 

Na maioria dos casos, a compra financiada se concentra em produtos ou serviços de valor mais baixo, que poderiam muito bem ser pagos à vista. "O perfil de consumo do brasileiro tem como característica a compra imediatista, ou seja, aquela que tem a necessidade do prazer imediato, em que todas as consequências de longo prazo ― como, por exemplo, o endividamento ― não são consideradas em muitos casos", explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Uma parcela representada por 17% consumidores em idade adulta (cerca de 23 milhões de pessoas) se encaixa no perfil imediatista, segundo o SPC. Na prática, são pessoas que não se preocupam com o futuro financeiro e também não têm o hábito de planejar ou poupar. "Entre as pessoas que se encaixam neste perfil e que estão inadimplentes, 51% admitiram que o problema que os levou ao atraso de dívidas foi o descontrole financeiro, citado por 34% da amostra", observa Marcela.

Cartão de crédito

A modalidade mais usada pelos brasileiros, citada por 83% dos consumidores, é o cartão de crédito. Em seguida, vem o empréstimo, lembrado por 53% dos entrevistados. Conforme a pesquisa, um em cada dez brasileiros declara ter mais de quatro cartões de crédito. "É preocupante o fato de que 12% dos consumidores acreditam que o cartão de crédito e o cheque especial são parte da renda mensal. E ainda mais preocupante: 13% sequer sabem quanto têm para gastar no mês", diz Marcela.

A relação do brasileiro com o crédito, assim como sua decisão de consumo, são tomadas com uma visão limitada no curto prazo. Para os economistas do SPC, essas atitudes têm feito com que o crédito fácil ganhe espaço. "O problema principal é que o crédito farto direcionado a compras imediatista, em muitos casos, leva à inadimplência. Cerca de um terço dos entrevistados admitiram que têm o nome registrado em algum serviço de proteção ao crédito", afirma Marcela.

A porcentagem é consistente com a estimativa do SPC Brasil de que um total de 55 milhões de pessoas têm algum registro no cadastro de inadimplentes, percentual correspondente a cerca de 40% da estimativa atual da população economicamente ativa.

Fonte: Valor Econômico

 
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