10/10/2013

Quero ser franqueado. Por onde começar?

O cenário é o seguinte: uma pessoa ou um grupo de pessoas, que possuem algum capital, decidem investí-lo em uma atividade produtiva visando um bom retorno financeiro desse investimento.

Sem duvidas, essa(s) pessoa(s) quer(em) obter desse investimento um retorno mais lucrativo e interessante do que se optassem em simplesmente aplicar esse capital em algum dos tantos investimentos financeiros que os bancos ou o mercado de ações podem oferecer. Simples: maior retorno possível com o menor risco possível.

Mais que isso, estão dispostas a produzir, a dedicar esforços nesse investimento, diferentemente do que se faz quando se aplica por meio de uma instituição financeira ou mesmo no mercado de ações.

E entre tantas opções de investimento em atividade produtiva, é certo que, especialmente no comércio de produtos ou serviços, o investidor vai encontrar a opção do sistema de franquia que poderá atraí-lo justamente porque o investidor que, em tese, nunca atuou no segmento, vê nesse sistema, a segurança de uma parceria com o franqueador que já tem o know how daquele mercado.

Estando diante dessa opção e sentindo-se atraído por ela, resta analisá-la cuidadosamente.

O primeiro passo é a analise dos pontos fortes e fracos do negócio a ser desenvolvido por meio do sistema de franquias e, fazer essa tarefa com sinceridade e honestidade, sem medo de encontrar e encarar os pontos fracos que existem e que certamente vão impactar o desempenho do negócio de maneira mais incisiva e determinante do que os pontos fortes.

Se de um lado o candidato a franqueado deve encontrar na franquia uma estrutura de gestão já desenvolvida, deve saber que irá encontrar fortes restrições e limites à liberdade de gerir seu próprio negócio. A Tomada de decisões sobre o produto ou o serviço bem como a oferta e a administração do negócio serão sempre muito limitadas pela atuação e pelas decisões do franqueador. Isso não deve ser visto nem como algo bom e nem como algo ruim, apenas como limite real e necessário quando se fala no sistema de franquias.

Sem dúvidas a principal vantagem que se encontra no sistema de franquias é que o candidato a franqueado deverá receber do franqueador informações relevantes sobre o mercado de atuação e isso deve ser suficiente para reduzir os riscos naturais do negócio.

 

Além disso, é uma vantagem trabalhar com uma marca de produto ou serviço já conhecida do consumidor, fato que inclusive, deve facilitar diversas negociações como, por exemplo, a escolha do ponto comercial, a compra de maquinas e equipamentos, bem como a negociação com fornecedores.

Em contra-partida (e essa é a palavra-chave sempre), a essas vantagens, haverá a obrigatoriedade de retribuir o franqueador, que receberá uma parte do seu “faturamento”, frise-se, que receberá independentemente de o franqueado ter obtido “lucro”.

Em muitos casos, existe também uma limitação no próprio preço de venda do produto ou serviço, que pode ser determinado pelo franqueador, o que consequentemente atribuirá menos elasticidade na margem de operação e lucro do franqueado.

Diga-se ainda que, um ponto normalmente muito sensível do negócio fica exposta ao franqueador no caso do sistema de franquia: a vida financeira da operação do franqueado, o que em muitos casos, dependendo do perfil do franqueado, pode se tornar realmente um problema e portanto deve ser considerado já desde o início.

Por fim, o franqueado deve ter em mente desde o início da sua busca que ele deverá se adaptar ao perfil estabelecido pelo franqueador e não o inverso. Parece um mero detalhe, mas esse entendimento é fundamental para o bom desempenho do negócio.

Tudo isso deve ser visto com olhos de empresário e sempre com foco no objetivo do empreendedor. A decisão deve se encaixar bem ao plano de negócio e ao retorno de investimento que se pretende.

No próximo artigo, tratarei de maneira mais sistematizada e resumida de pontos bem práticos para essa tomada de decisão.

 

 
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