19/02/2014
Mercado aguarda decisão do governo sobre feriados em dias de jogos do Brasil.

Enquanto aguarda a decisão da presidente Dilma Rousseff sobre a possibilidade de os dias de jogos do Brasil na Copa do Mundo serem feriados nacionais, o mercado financeiro precisa se contentar com o calendário oficial da BM&FBovespa, que não prevê nenhuma suspensão das operações por conta do evento.

Até o momento, é dado que analistas e operadores de mesa estarão novamente de castigo, inclusive nos momentos em que a seleção canarinho entrar em campo. É esperado, contudo, que esses dias sejam em breve definidos como feriados.

Enquanto o governo não se pronuncia, analistas especulam sobre os reflexos e as decisões da bolsa. "Em dias de jogos do Brasil será feriado, não tem como escapar. Não tem mercado, não tem nada", diz Hamilton Moreira Alves, analista sênior do BB Investimentos.

Diante da indefinição, Alves indica que a bolsa poderia adotar uma espécie de esquema de contingência, com um horário mais restrito de operação nos pregões com jogos da seleção, o que reduziria possíveis distorções em relação às bolsas internacionais, especialmente as americanas, que não terão os negócios interrompidos pela competição.

"Pode ser uma ideia se não for decretado feriado nacional", comenta Alves, lembrando que, nos Estados Unidos, em alguns feriados as bolsas funcionam apenas durante metade de um pregão, como em véspera de Natal.

Pelo calendário da Copa de 2014, os três jogos da seleção brasileira na primeira fase do torneio (nos dias 12, 17 e 23 de junho) serão realizados em dias úteis, às 16h e às 17h. Se avançar na competição e chegar à final, o Brasil poderá entrar em campo em mais dois dias de semana, nas quartas de final (a depender da classificação) e na semifinal. Desta forma, no melhor cenário da campanha da seleção, o governo poderá decretar feriado em cinco dias de jogos.

Ainda que assinale que o giro financeiro seja baixo em pregões de jogos do Brasil, Carlos Eduardo Rocha, o Duda, sócio responsável pela gestora do Brasil Plural, defende que, dada a participação do investidor estrangeiro na bolsa doméstica, faz sentido o mercado permanecer aberto.

"Acho que se tivéssemos nos dias de jogos um pregão estendido seria mais produtivo, já que o volume cai bastante. Mas conceitualmente advogo pelas coisas mais simples possíveis", afirma Duda.

Nas duas últimas Copas, na África do Sul e na Alemanha, o giro financeiro nos meses do torneio de fato mostrou uma queda. Em junho de 2010, o volume médio diário apresentou redução de 10% em relação à média daquele ano e, em julho - mês normalmente já afetado pelas férias -, a baixa chegou a 17%. Em 2006, o giro de junho ficou 8% menor que a média do ano e o de julho teve queda de 28%.

Fonte: Valor Econômico
 
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