21/01/2014
Dívidas pessoais devem ser separadas de contas da empresa.

Além de provocar problemas na hora da transmissão da herança, misturar as dívidas pessoais com as obrigações da empresa pode trazer confusão na organização financeira. “Muitas vezes, as pessoas pensam que empresa e pessoa física são a mesma coisa”, diz Leonardo Gomes, planejador financeiro. Conhecer, sob o ponto de vista empresarial, a receita da companhia, separando a retirada mensal fixa do negócio, é o primeiro passo para evitar a bagunça nas finanças.

“As contas precisam ficar separadas”, enfatiza Natan Finger, sócio-fundador da Private Pay, empresa que presta serviços a pessoas físicas e jurídicas, ajudando a organizar o orçamento. Todos os documentos de despesas são guardados em uma caixa e a empresa prepara um relatório digital para mostrar a situação financeira dos clientes.

Cada um tem diferentes “centros de custo”, segundo Natan, ou seja, gastos com manutenção do carro, de imóveis e outros bens. “Há algumas pessoas com mais de 25 ‘centros de custo’, como automóveis, barcos, uma ou mais empresas”, diz.

Por falta de tempo, essas informações ficam dispersas em meio a comprovantes que costumamos guardar na carteira ou na bolsa. “No momento em que se enxerga a estrutura de custos da família, fica mais fácil”, destaca Natan. Segundo ele, a confusão entre as contas fica mais complexa em estruturas societárias. “À medida que você tem um sócio que mistura pessoa física com pessoa jurídica pode ocorrer ruído”.

De acordo com Gomes, as famílias têm um tempo de acordo com os objetivos definidos, enquanto as empresas “precisam ter um plano para atacar objetivos de curto prazo”.

O empresário curitibano Cleverson Modesto de Melo, 53 anos, trocou recentemente o financiamento de um imóvel por mais capital de giro para tocar um novo projeto na sua empresa do ramo atacadista. Na prática, ele deu o bem como garantia, refinanciando o imóvel, a uma instituição financeira que ofereceu R$ 250 mil divididos em 15 anos, com taxa de juros de pouco mais de 1% ao mês e parcelas mensais de R$ 3.400. Cleverson migrou de uma dívida que terminaria em oito anos para outra maior, com valor também superior.

Para o planejador financeiro Leonardo Gomes, o empresário acabou confundindo as finanças pessoais com as da empresa. “É preciso tomar cuidado para não misturar as duas coisas. O ideal era ele ter separado. O grande risco que ele corre é de o negócio não dar certo e as contas pessoais serem impactadas”, analisa. Mesmo assim, a dívida não compromete muito da renda do empresário.

Fonte: Valor Econômico

 
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